Jornal O Globo - 15 de março de 2023
Representantes do governo, do Congresso, pesquisadores e entidades do setor defenderam nesta quarta-feira a responsabilização de plataformas de redes sociais como forma de combater o avanço da desinformação. A avaliação tanto de autoridades quanto de especialistas é que a disseminação de fake news e mensagens de ódio têm efeitos danosos para a democracia.
O assunto foi discutido no seminário "Desafios e ações na era digital", organizado pela Associação Brasileira de Emissoras de Rádio e Televisão (Abert) e pela Associação Internacional de Radiodifusão (AIR), em Brasília. O debate ocorre no momento em que o Congresso analisa projeto que prevê a regulamentação da atividade das big techs no país.
Ecossistema perene
Os pesquisadores Rose Marie Santini e Marcio Borges, do Netlab da UFRJ, lembram que a proliferação de fake news vem acompanhada de uma campanha anti-imprensa que aumenta a desinformação.
― Temos dados desde 2017 sobre a campanha contra a imprensa, que é permanente, e é um ecossistema que vai crescendo. Essas narrativas são relativamente perenes, porque não se criam campanhas de desinformação todo dia ― afirmou Rose Marie.
O grupo tem analisado as narrativas usadas em cada rede social, com foco nos últimos dois anos, e percebeu que houve um aumento desse tipo de mecanismo no período pré-eleitoral. Um exemplo foi o uso de robôs no Twitter
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