Nexo Jornal - 25 de abril de 2023
Bolsonaristas e plataformas de redes sociais muitas vezes se vêem em lados opostos nos conflitos digitais. De um lado, a extrema direita diz que tem sido perseguida pela moderação das redes; de outro, grande parte das demandas feitas às plataformas pelas autoridades públicas e imprensa parte justamente do fato de que elas têm permitido fake news e incitação à violência — muitas vezes de autoria dos próprios bolsonaristas. Dessa vez, entretanto, os dois estão do mesmo lado, mesmo que por motivos e de formas diferentes: a união se consagra no boicote ao Projeto de Lei 2630/2020, conhecido como PL das Fake News.
“A extrema direita de alguma forma está alinhada com as Big Techs por uma desregulamentação”, apontou Rose Marie Santini, doutora em Ciência da Informação pela UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro) e pós-doutora pela Universidade Autônoma de Barcelona, na Espanha. Ela é uma das autoras do estudo que a Agência Pública obteve com exclusividade, realizado no NetLab (Laboratório de Estudos de Internet e Mídias Sociai), da UFRJ, que buscou identificar como o PL das Fake News “tem sido alvo de desinformação nas diferentes plataformas”.
A pesquisa analisou publicações no Twitter, WhatsApp, Telegram, Facebook, Instagram, Youtube, TikTok e sites de desinformação entre 26 de março de 16 de abril deste ano. O estudo conclui que existem duas grandes narrativas falsas coordenadas pela extrema direita nas redes contra o projeto.
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