Forum - 23 de abril de 2024
Pesquisa do NetLab aponta que 48% dos perfis no X em apoio a Elon Musk eram robôs, movimento também observado nos retweets
O embate provocado por Elon Musk contra o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes gerou um movimento significativo em duas comunidades principais do X, que se destacam por suas taxas de interação e uso de bots, de acordo com uma pesquisa do Laboratório de Estudos de Internet e Redes Sociais (Netlab) da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).
Para os pesquisadores, a atenção se deve ao perfil que apoiou o magnata, que apresentou uma alta proporção de contas falsas e demonstrou um alto nível de compartilhamento, com uma média de 1,33 conexões por conta. Por outro lado, a comunidade que se opôs ao proprietário do X, mostrou-se menos densa e engajada, com uma média de 1,19 conexões por conta, e também uma menor proporção de contas consideradas inautênticas.
A análise do NetLab levantou as postagens dos dias 8 e 9 de abril e identificou aproximadamente 90 mil posts, com 39 mil contas publicando em inglês e outras 30 mil em português. As ações de Moraes para remover perfis se tornaram o foco do confronto com o bilionário, que ameaçou não cumpri-las e tentou intimidar a Justiça Brasileira nas últimas semanas. Musk enfrenta dois inquéritos no STF.
A fundadora e coordenadora do NetLab, Marie Santini revela como foi feito o estudo. “Desenvolvemos um classificador baseado em inteligência artificial que identifica contas inautênticas. Observamos que Musk usa a plataforma dele para anabolizar o debate desde o primeiro dia do confronto digital com a Justiça brasileira”, afirma. “Quando decidiu que iria comprar o Twitter, Musk bateu muito na tecla de que a rede tinha robôs demais, para tentar baixar o valor da compra. O empresário disse que iria eliminar esse cenário, mas não é o que está acontecendo. Obviamente, ele está usando a possibilidade em prol de si, para se promover e avançar suas pautas.”
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