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​Índice de
Transparência
de Dados

O Índice de Transparência de Dados (ITD) das plataformas digitais avalia o grau de transparência e de qualidade dos dados das principais redes sociais e aplicativos de mensageria que atuam no Brasil: YouTube, Facebook, Instagram, X/Twitter, TikTok, Kwai, WhatsApp e Telegram.

Lançado em maio de 2024, o ITD segue um roteiro estruturado, sistematizado e reprodutível, baseado em critérios de qualidade de dados, para avaliação dos mecanismos de acesso a dados para pesquisa disponibilizados pelas principais plataformas de redes sociais que operam no Brasil.

A partir das notas obtidas, as plataformas são classificadas em quatro níveis: Transparência precária (0 a 34), Transparência insuficiente (35 a 54), Transparência regular (55 a 74) e Transparência satisfatória (75 a 100).

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O YouTube tem como principais pontos negativos a ausência de interface de usuário para a coleta de dados e o retorno de dados inconsistentes e incoerentes com os parâmetros utilizados na busca. Entre aspectos positivos, a plataforma permite acesso integral ao universo de dados públicos por meio de API gratuita. Além disso, o YouTube permite a recuperação ágil de dados recém-publicados e de dados históricos.

Transparência de dados: Regular

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YouTube

O Facebook não fornece acesso gratuito e integral a seu universo de dados públicos. Não é possível obter dados sobre conteúdos temporários (como stories) nem de comentários de posts. O Facebook publica relatórios semestrais de transparência com dados do Brasil, embora sejam pouco detalhados. Por enquanto, a plataforma oferece uma interface para a coleta de dados e, apesar de estar longe do ideal, o cenário tende a piorar: a Meta anunciou que, em agosto de 2024, interromperá o CrowdTangle, a principal forma de coleta de dados do Facebook.

Transparência de dados: Insuficiente

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Facebook

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O Instagram não fornece acesso integral e gratuito a seu universo de dados públicos. Outros problemas envolvem a expiração rápida de links para acessar fotos e vídeos, e a indisponibilidade de dados de conteúdos temporários e de comentários de usuários. Também publica relatórios semestrais de transparência com dados do Brasil pouco detalhados. Entre as boas

práticas, o Instagram oferece interface para coleta de dados e permite fazer buscas por palavras-chave. Assim como o Facebook, a avaliação do Instagram no ITD deve ser afetada pela descontinuidade do CrowdTangle.

Transparência de dados: Insuficiente

Instagram

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A avaliação do X/Twitter no ITD é bastante afetada pela falta de acesso integral e gratuito a seu universo de dados públicos. Desde 2023, o acesso à API da plataforma é pago, com preços proibitivos, especialmente para pesquisadores em países do Sul Global. A plataforma também não divulga relatórios de transparência para o contexto brasileiro desde 2021. Tampouco há uma interface de usuário para a coleta. Por outro lado, é a única que sinaliza adequadamente conteúdos removidos e, embora o acesso seja pago, a API oferece
dados consistentes e completos.

Transparência de dados: Precária

X / Twitter

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Apesar de oferecer uma API gratuita, a necessidade de conhecer os grupos de antemão impede o acesso ao universo de dados públicos e dificulta a busca por temas de interesse específicos. O Telegram não oferece uma interface de usuário para coleta de dados, a documentação de sua API não é detalhada e não publica relatórios periódicos de transparência no Brasil. Entre os pontos positivos, os resultados entregues pela API são completos e consistentes com filtros aplicados e a plataforma não impede a raspagem de dados.

Transparência de dados: Precária

Telegram

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Por disponibilizar uma API de coleta de dados apenas para pesquisadores dos EUA e da Europa, o TikTok adota política discriminatória contra pesquisadores do Sul Global. Tampouco é disponibilizada uma interface de usuário para a coleta de dados. O principal ponto positivo do TikTok é a divulgação de relatórios de transparência com detalhes sobre ações de moderação no Brasil.

Transparência de dados: Precária

TikTok

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Com diversas deficiências de transparência, o Kwai não pontua em 5 das 6 dimensões avaliadas pelo ITD. Sem interface de usuário para coleta de dados nem API oficial, o Kwai obtém pontos na dimensão de acessibilidade apenas por não restringir a raspagem de dados, que pode ser feita sem autenticação e via Web. A plataforma tampouco publica relatórios periódicos de transparência sobre ações de moderação no Brasil.

Transparência de dados: Precária

Kwai

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Assim como o Kwai, o WhatsApp falha em três eixos prioritários de transparência: não oferece API oficial gratuita para a coleta de dados, não disponibiliza interface para a coleta, nem publica relatórios periódicos de transparência sobre ações de moderação no Brasil. A pontuação obtida decorre da possibilidade de raspagem de dados, embora a plataforma não autorize a prática oficialmente. O cenário precário acende um sinal de alerta, já que o aplicativo é uma dos principais meios para a disseminação de (des)informação no Sul Global.

Transparência de dados: Precária

WhatsApp

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